segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Carta não endereçada 2

Tentei. Tentei de várias formas falar algo, dizer algo, te passar algo... Mesmo que fosse algo pequenininho, do tamanho de uma semente de uva (ou de morango, se você conseguir enxergar). Tentei dar indícios, tentei dar início... Tentei abrir a porta pra você depois de passar tanto tempo na janela vendo você, com os olhos, me chamar. Tentei falar sem dizer, tentei escrever... Enfim, eu tentei. Mas parece que é pouco pra você.

Hoje eu acordei destinada á você. Destinada á falar tudo o que eu tinha á falar. Explicar tudo o que tinha de explicar. Perguntar todas as perguntas que eu podia te fazer. Tirar todas as dúvidas, tanto minhas quanto suas. Passar á limpo nossas vidas. Até pedir meu livro de volta, caso necessário (mas não acho que seria. Disse que devolveria até em "até dezembro", então me devolva em "até lá"). Mas hoje eu realmente estava destinada á tudo isso. Á tudo ou nada.

Mas eu não te vi. Na verdade vi, mas não podia lhe falar na hora. Até porque, acho que você nem me viu.

Fiz de muito pra passar por aquele portão. Subi, desci, me atrasei, atrasei a minha amiga... Muito mesmo. Mas não te encontrei. Justo hoje, o último dos dias que poderia ter feito algo. E eu fiz. Não me sinto mal por isso. Só sinto um vazio, uma coisa ruim por dentro... Sinto isso porque não consegui concretizar o meu passo. E que passo.

Com isso, eu quase surtei. Baaaaah, odeio quando as coisas dão errado! Mas o que é que eu podia fazer além de dar meia-volta e ir fazer meus afazeres? Pagamentos, reclamações, compras... Mas nada como um belo dia-em-que-nada-dá-certo, hã? Pagar, eu paguei; mas e o resto?

Daí, fiquei péssima. Mais ainda do que já estava. E ainda chegar em casa, sem nem pisar portão adentro, já tem um monte de problema pra resolver? Joguei tudo pra o alto. Tenho mais o que fazer. Tenho coisas para me preocupar... E o que me preocupa muito, é o que te dizer.

De certo, queria falar com você. Muita coisa. Mas não sei o que (não exatamente). Até porque, depois das nossas últimas conversas eu... Andei sem cara pra falar com você por alguns dias. Era vergonha. Era medo. Era tudo. Até preconceito. Mas eu tinha - e tenho - a necessidade de falar com você. De falar do que sinto, porque sinto, pra quê sinto e o que me faz.

A vontade era (e ainda é) de te gritar até você ensurdecer, até eu ficar muda e já não poder, com palavras, dizer o que sinto. Daí não diria com as mãos, porque já fiz isso. Tentaria dizer com o olhar, mas meus olhos estariam fechados, jorrando muitas lágrimas e eu não conseguiria te ver. Diria então com o coração. Mas o seu parece que não gosta do meu. Ou não acredita. E ficaria por isso.

Ou não. Mesmo sem voz, gritaria mais. Mesmo sem respiração, me afobaria. Mesmo sem força, tentaria me mover e dizer, finalmente, do fundo do meu coração, que eu amo você, e que já não aguento mais sentir vontade de me jogar fora já que não presto pra nada, e que você é um idiota (muito gay) que não sabe lidar com uma mulher, e que você tem o p***o pequeno, e que você é um retardatário, mas que você é um amor de pessoa e consegue me fazer rir quando eu estou muito mal, e que, ás vezes, eu me sentia segura com você (até nas vezes em que atravessávamos a rua por entre os carros), e que o que eu estou dizendo é um monte de nada com nada pra você, e eu vou ali me jogar da janela... Quem sabe na outra vida eu seja homem e você mulher, daí a gente case, tenha filhos, sei lá, sejamos felizes, talvez.

Queria dizer tudo isso e mais. Mas não acho que você mereça ouvir isso tudo de mim. A não ser que sinta tudo isso por mim. De qualquer forma, isso explica a única coisa que gostaria de te dizer quando escrevi aquilo tudo pra você.

Não me arrependo de nada do que eu fiz. Nem de nada que escrevi. Me arrependo de ter conhecido você, mas isso faria parte da minha esfera algum dia. Mesmo assim, fico muito grata por tudo o que você me proporcionou. De bom ou de ruim (o que ainda proporciona). Arigatou \o/

Mas acho que, depois de ter trabalhado tanto o meu cérebro para digitar tudo isso, esse texto totalmente vazio e depois do meu dia totalmente mal sucedido, preciso eu descansar. Minha cabeça pode explodir e uma mulher de TPM não deve se estressar.

Eu, particularmente, não pretendo dar um dos meus ataques de choro...

Anyway, Parabéns. Por ter conseguido mover a fera e ter se transformado em bela (oops, belo). Pra conseguir tirar tudo isso de mim (e logo de mim), só alguém muito, muito, muito especial.

Com lamour... Miss.

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