sábado, 27 de setembro de 2014

Ballet no TCA: "Romeu e Julieta"

Pela primeiríssima vez, eu entrei no famoso Teatro Castro Alves. Já tinha ido na Concha Acústica, mas no teatro em si, não. Essa ida ao TCA numa tarde de sexta-feira, depois de passar a minha semana toda indo-para-o-colégio/ensaiando/voltando-para-casa/estudando fez com que meu dia se tornasse radiante.

Á princípio, eu amo ir ao teatro. Mesmo não indo muito frequentemente, sou uma amante da arte - mesmo que de longe. Creio que sem arte não somos nada, já que a arte é estímulo à criatividade. E pessoas com criatividade são necessárias, pois criam identidades e uma série de ramificações a partir daí. Todos são criativos, claro. Mas uns são mais que os outros, não significando que são mais importantes. O que quero chamar atenção aqui é que a criatividade é fundamental para todo e cada ser. Daí o porquê da minha paixão pela arte.

Aqui na Bahia, estuda-se Artes como disciplina da 5ª série (6º ano - fundamental) ao 1º do ensino médio. No segundo, já não tem mais importância: jogam a arte de lado, sendo que nem a trabalharam da maneira que deveriam, poderiam. O campo da arte é tão extenso: tem artes plásticas, visuais, audiovisuais, estética, música, teatro, cinema, dança, arquitetura, enfim, inúmeras profissões ligadas á arte, e as pessoas dizem que artista é vagabundo sem nem saber o significado de "ser artista" uma vez que não nos é passado corretamente. Mesmo aqui, que é cheio de artista, as pessoas não sabem o significado disso, e acham que o morador de rua que entra num ônibus cantando Cássia Eller tão lindo e dizendo que tem um sonho (que é ser cantor) é maluco. E dizem isso aos quatro ventos: "é maluco! Nunca vai conseguir. Fica cantando, tirando onda de artista..." Mas não sabe que o que o cara está fazendo é arte. E é arte para emocionar qualquer pessoa.

No TCA: um ato. Vários dançarinos e cenários e figurinos, em uma hora exata de apresentação me fizeram get crazy: eu, quem nunca fui gostei de romances, me apaixonei pela apresentação. Não havia falas, apenas gestos. Gestos da mais simples pureza, a qual podia ser transmitida dos dançarinos para a platéia e, consequentemente, todos eram transportados para a história como se ela estivesse acontecendo em tempo real e como se fôssemos sonho-espectadores. E essa é a melhor sensação do mundo. A presença. A arte, acima de tudo, nos transporta. E o artista que realmente transporta a platéia, leva a arte aonde vai no coração e no sangue correndo em suas veias.

E as melhores partes disso tudo, do dia, foram: (primeiro) o espetáculo foi apenas para bailarinos e dançarinos e estudantes de escola pública das redondezas (incluindo o meu colégio - CEOT), e (segundo) o espetáculo só para nós teve a estréia oficial do casal Romeu e Julieta substituto do primeiro casal (que se apresentaria, mas a bailarina se machucou e houve a mudança de casais). Ou seja, além de ser estréia oficial, foi estréia da estréia oficial para estudantes de escola pública. Gente, isso NÃO é um sonho! É realidade. Arte de qualidade para estudantes de baixa renda. Isso é cultura.



Quer um passaporte? Curta a arte. Ela te levará aonde você quiser ir.

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