domingo, 27 de julho de 2014

Feliz Vinte e Cinco do Sete \o/

Ainda nessa onda de socialismo (porque eu sempre fui muito justa, desde pirralha), descubro que dia 25/07 é Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Descobri tarde (um dia após) e resolvi postar mais tarde ainda (dois dias após), mas é como diz a música, "nunca é tarde demais".

Eu sou negra e moro na segunda cidade em que mais se encontram afrodescendentes. Claro, Salvador é início de história brasileira e eu me orgulho disso, me orgulho de ser nordestina. Até porque nós éramos quem garantia o capital nessa bagaça! Hoje, nós somos minimizados pela sociedade e ridicularizados com os esteriótipos criados á nosso respeito como, por exemplo, os famosos "todo baiano é preguiçoso" e "todo baiano gosta de festa". Isso não é verdade. A verdade é que nós somos consagrados com os nossos próprios festivais e, como a taxa de desemprego é alta, há os trabalhadores terceirizados (ambulantes ou autônomos). Os quais só têm essa forma digna de arranjar dinheiro para sobreviver e manter a família com todas as contas pagas. E, mesmo assim, muitas vezes esses ambulantes são impedidos de trabalhar pelo governo e os sensacionalistas vão e dizem que eles são preguiçosos, espalhando inverdades país (quem sabe mundo) afora. Aí, quem não conhece, fala mal. Mas, mesmo assim, vem aqui para aproveitar - já que nas suas cidades não há um transbordo de festivais como nós temos aqui.

Enfim, Salvador é confusa. É boa para muitos e ruim para outros muitos... E, Salvador, mesmo com 26% da população negra (maior porcentagem), ainda há muito racismo aqui. Aqui e ao redor do mundo. Racismo é um problema, assim como o machismo e a homofobia, que ainda precisa ser muito trabalhado (em termos de redistribuição) para que haja uma homogeneidade social nessa democracia experimental.

Talvez o dia 25 de Julho seja um dia em que as mulheres de outras raças fiquem chateadas, mas é só um dia de mostrar o quão nossas ancestrais sofreram. E exigir uma democracia mais líquida e transparente. Até porque, talvez (e só talvez...) quando o mundo for homogêneo, não haja mais dia de nada ou de ninguém.

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