sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Réquiem Para Um Sonho (Filme)

Quando, em 2009, eu virei fã do 30 Seconds To Mars, eu meio que fiquei fissurada pela banda. Procurava tudo o que eles faziam, fizeram, gostavam, entrevistas, vídeos, cenas, filmes e tudo mais. E como eu era apaixonada platonicamente pelo Jared Leto - ele quem coincidentemente chamava (e ainda chama) mais atenção que o Shannon e o Tomo (os quais também eram amores do meu coração) - eu sabia de muitas coisas na vida dele. Inclusive sobre os filmes que ele fez.

Então, em 2010, quando eu descobri quais foram estes filmes, fiquei muito curiosa para vê-los, porém nunca os achava. O primeiro que eu vi foi Mr. Nobody - numa época em que tinha um computador horrível e o filme era legendado (e eu não sabia falar inglês) - e mesmo assim, adorei. Na semana seguinte o filme já não estava mais no ar e eu não encontrava os outros no youtube, apenas em sites cheios de vírus - os quais eu me recusava tentar abrir.

Os anos passaram e eu fui me preocupando com outras coisas, deixando meu fanatismo pelo 30STM de lado e pondo os estudos num lugar mais alto. Mas o desejo de ver os filmes ainda me perseguia. Até hoje.

***

Logo após o carnaval aqui em Salvador, a cidade é abençoada por uma chuva divina que consegue abaixar o calor de quase 40º até uns 25º. Nesta época, temos alguns dias chuvosos e meio ensolarados. E hoje foi um dos dia chuvosos. Essa chuva gostosa me deu uma vontade de ver um filme!

Então eu, procurando no meu acervo pessoal, pensei em ver O Apanhador de Sonhos - o qual eu estava conversando com um amigo sobre. Mas aí surgiu aquele pequeno flash back, onde uma das minhas "alunas" me perguntou se eu já tinha visto Réquiem Para Um Sonho: "Aquele filme com Jared Leto que fala sobre os vícios?!", "Sim, esse mesmo! Chorei muito com ele!" e foi aí em que a vontade falou mais alto: verei Réquiem Para Um Sonho.

***

Sem procurar seu resumo há anos, encontrei o filme inteiro no Youtube e comecei a assistir. O mesmo me lembrou muito um filme que eu tinha visto cerca de dois meses antes para fazer uma resenha na matéria de Sociologia para poder ficar livre do ED (estudo dirigido) em janeiro e poder curtir a minha viagem de JE nos EUA. O nome do filme é Trainspotting - Sem Limites.

RPUS e Trainspotting são filmes semelhantes uma vez que abordam o mesmo tema, porém divergem entre personagens, situações e o final também.

Dando uma resumida, Harry era filho de Sarah, tinha um amigo e uma namorada. E todos eram viciados em algo.

Sarah passou a ser viciada em inibidores de fome depois que recebeu uma ligação dizendo que passaria na televisão (que era outro vício dela). Como ela era velha e solitária, apenas aquela ligação deu início á um distúrbio psicológico, que reativou o botão "lembrança" dentro da mente dela: lembrou-se do filho e do marido - ambos tinham ido e deixado ela sozinha. E isso mexeu com dona Sarah: para aparecer na televisão, queria ser como antes. Queria que a vida seguisse do jeito que ela imaginou que seguiria e começou a viver a realidade ilusória que ela criou.

Ela tentou dieta, pintou os cabelos e o pior de tudo: ela era viciada em açúcar, porém devia abdicar do mesmo em sua dieta - mas ainda sentia fome; então numa conversa com as vizinhas soube de um médico e de algumas pílulas, os quais ela fez uma busca e, sem hesitar, começou a usar. O mais interessante nessa situação, foi o fato de que Harry, mesmo viciado, disse para a sua mãe "a senhora vai acabar morrendo antes mesmo de passar na televisão" ao perceber que a mesma estava ingerindo drogas sem saber.

Harry, por sua vez, vivia com sua namorada Maryon e seu amigo (que eu não gravei o nome, sorry), sendo que todos eram viciados em algo que me parecia Cocaína ou Êxtase - de acordo com os vícios dos personagens de Trainspotting. Consequentemente, eles acabavam sempre fazendo as coisas mais inusitadas para conseguir o que queriam. Inclusive roubar a televisão da própria mãe para vender e suprir seus vícios com o dinheiro (atitude de Harry que se repetia constantemente, já que sua mãe sabia para quem ele vendia e sempre comprava de volta), participar do que eu chamaria de "putero" - que na verdade era meio que um "show" onde as mulheres faziam sexo ou se masturbavam entre si para divertir os homens, que (RIDÍCULOS E MACHISTAS) gritavam: "Goza! Goza! Goza!" (caso da Maryon, uma vez que ela já havia dado ataques de abstinência por causa da droga e por causa de Harry), seguir um caminhão de New York até a Flórida em busca de drogas e etc.

Em ambos os filmes, há sexo explícito e crimes sendo cometidos (eu estava estudando crime e violência, então precisava fazer uma referência, mesmo que falando na minha pessoa) por causa dos vícios. Alucinações, sonhos, desejos, amores... Tudo isso num único contexto, regido pela ilusão construída no momento do prazer passageiro que o uso de drogas faz.

O fim do filme me deixou com vontade de chorar, talvez porque eu estou em TPM e não saiba ou porque sou muito sensível ou porque é muito triste mesmo (pelo menos pra mim, haha). Mas é bem diferente do fim do filme Traisnpotting. O que me faz pensar que há várias saídas e vários outros fatores que influenciam a vida de usuários de drogas. Cada caso é tão único e tão cheio das suas próprias portas que fica um pouco complicado analisar os perfis que uma pessoa nessa condição acaba involuntariamente adotando e qual seria a melhor medida para diminuir a violência, os vícios, os usuários, entre outros aspectos que não precisam de uma diminuição em si, mas talvez um ajuste.

Enfim, é um filme forte (polêmico) e triste, mas é uma boa pedida para estudantes de psicologia, química e biologia (e derivados) ou mesmo para pessoas curiosas ou que não têm o que fazer (além de estudar) enquanto esperam a lista de aprovados para a UFBA sair (como eu, hahaha!). É um filme para refletir.

E eu, mesmo com tudo, gostei muito.

Então, se gostaste e quiser vê-lo, clique aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário